terça-feira, 26 de abril de 2011

A MAGIA:



Segundo a Cabala, tudo no Universo é unido por um laço mágico. O exterior é a expansão do interior; coisas inferiores trazem o sigilo das superiores. Como o superior e o inferior influem sobre o inferior e o exterior e exterior, também há influência inversa, isto é, o ser inferior e externo pode agir magicamente sobre o que está acima e no interior, assimilando a sua força total e seus poderes.
Quando o homem procura a união espiritual com o que é Divino, com o que é Superior e Bom, pratica a magia branca. Para esse fim, serve-se da prece e da meditação, acompanhadas de certas cerimônias que auxiliam a concentração da idéia e da vontade.
Quem, porém, utiliza as forças invisíveis para fazer algum mal, exerce a magia negra, que é condenável, porque os demônios que ajudam o mago negro na execução das suas práticas abomináveis, conduzem-no à perdição.
Menos condenável do que a magia negra (Maaseh Khishuph) é a magia natural (Maaseh Shedim), que evoca e conjura os elementais, servindo-se deles para certos fins.
Toda magia depende, na maior parte, da força espiritual e da firmeza de vontade. Todos os homens são dotados de clarividência e de faculdades mágicas, porém em graus muito diferentes.
Geralmente, ficam essas forças latentes, porque não são cultivadas. Cada ato mágico pressupõe uma certa intenção forte e firme, para atrair a influência dos espíritos superiores; além disto, é necessário ter viva imaginação, para que as impressões das esferas invisíveis se gravem profundamente na alma.

O mago há de identificar-se com o objeto da sua meditação; por isso, há de ser calmo, livre de paixões e desejos, condições estas que se encontra na solidão e no isolamento.

O homem que vive espiritualmente, libertando-se do domínio dos sentidos externos, pode entrar em comunicação com as esferas interiores do Universo e ali ver o passado e o futuro.

Conforme a Cabala, cada ação deixa no éter um vestígio, uma imagem, e é por meio destas imagens astrais que o clarividente pode descobrir o passado. Do futuro pode ver só aquilo que lhe mostram as correntes fluídicas que fluem do passado e do presente para prepararem os acontecimentos vindouros.

Entretanto, toda faculdade clarividente tem seus limites, que dependem da evolução espiritual do experimentador. Os acontecimentos futuros que dependem da livre vontade de uma criatura ou da decisão da Providência, são conhecidos somente pela Divindade, que os pode anunciar aos profetas.

O mundo intelectual é formado por uma hierarquia de seres de inumeráveis graus, tendo todos a sua origem em Deus, e são tanto mais espirituais, quanto mais aproximados da sua fonte divina.

A providência manifesta-se subjetivamente, penetrando toda a criação e dando vida a tudo, e objetivamente, permanecendo em sua Essência, fora da criação, a que se revela gradualmente.

As revelações divinas passam por toda a hierarquia de seres, e as criaturas de certo grau compreendem delas só aquilo que os graus superiores lhes transmitem.

As revelações que se referem a acontecimentos desagradáveis, chegam aos seres espirituais destinados a executar as ordens, e estes podem avisar os homens em sonho, principalmente quando a hora da execução está próxima.

A Cabala conhece as comunicações com os mortos (doreh ha methim). É proibido evocá-los (o que constitui a necromancia), mas o mago pode entrar em união com as almas dos mortos por meio de jejum, prece e fumigações, passando a noite entre os sepulcros.

O mago pode também entrar em comunicação com os espíritos superiores da natureza (Sarim), para receber deles instruções e sabedoria. Para este fim é necessário passar por uma preparação mística, isolar-se do mundo e, com o auxílio do sagrado Tetragrama, entrar em estado de inspiração mediúnica.

A Cabala conhece as curas mágicas ou magnéticas, a influência dos astros e dos talismãs, os fenômenos hipnóticos, a licantropia (os lobisomens) e o sabbath das bruxas.

Como já dissemos, todas as práticas da magia negra são condenadas; porque o Homem deve colaborar na Obra da Luz e do Amor, ser mago branco. A magia branca espiritualiza o homem e eleva-o à Divindade.

Quando Nephesh e Ruach estão devidamente purificados, pode o seu Neshamah (espírito) entrar em união com os anjos e com o mundo Divino, receber deles revelações e fortalecer-se magicamente.

O último grau da sagrada magia branca é a união com a Divindade, a espiritualização de tudo o que, no homem, é material e terreno.


Extraído: Cabala - A Tradição Esotérica do Ocidente - F. V. Lorenz

segunda-feira, 25 de abril de 2011

ESPÍRITOS ELEMENTAIS:


A Cabala afirma que os elementos (fogo, ar, terra e água) são habitados por seres aos quais se dá o nome de elementais (Shedim).
Os que habitam o fogo chamam-se salamandras; os do ar, silfos; os da água, ninfas ou ondinas; os da terra, gnomos ou pigmeus.
Os cabalistas dizem que as salamandras são as criaturas mais belas e perfeitas que existem nos elementos, porque são compostas das mais sutis partes do fogo universal, que é o princípio de todos os movimentos da Natureza. São sábias e invisíveis; conhecem os segredos da Natureza e têm prazer em ajudar os homens bons.
Os silfos são compostos dos mais puros átomos do ar; e suas mulheres e filhas são de extraordinária beleza.
As ninfas ou ondinas são compostas das partes mais sutis da água. Entre elas há muito mais mulheres do que homens, e são formosíssimas.
Os gnomos ou pigmeus povoam o interior da terra; são pequeninos e guardam os tesouros enterrados, as minas e pedreiras.
Estes entes vivem conforme as leis da Natureza; os seus costumes e as suas leis são admiráveis. Eles são inimigos dos ímpios, ignorantes e libertinos.
Não tem corpo físico nem Neshamah, compondo-se de Nephesh (corpo astral) e Ruach (alma). Alimentam-se dos vapores das nossas comidas, dos odores sacrificiais, da fumaça de coisas que se queimam, etc. Multiplicam-se, vivem por séculos e não são sujeitos à corrupção, porque são compostos de um só elemento.
As ninfas e os gnomos podem ser percebidos, em certos casos, pela vista humana.
A Cabala ensina que o homem pode por meio da Magia natural (Maaseh Shedim), entrar em comunicação com os elementais, como também com os elementares, isto é, com os seres espirituais inferiores. O valor dessas comunicações, porém, depende do grau de sua moralidade; por isso, não se deve aceitá-las cegamente. Até os mais elevados desta classe não sabem mais do que a continuidade natural das coisas, e podem predizer a vida dos homens somente naqueles pontos que são consequências naturais do seu passado; ignoram as consequências das ações futuras.
Há também, entre eles, seres de moralidade muito baixa, que mantêm conscientemente, achando prazer em seduzir os homens.