segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

NOMES MÁGICOS - Por Graelan Wintertide - Tradução: Nimue:




Uma das primeiras coisas que você vai descobrir quando começar a explorar a Internet Pagã é o uso de nomes adotados. Em todo lugar que você olhe, seu browser parece te levar a outra Raven ou a um site da rede cujo nome é formado pela combinação de palavras Lua, Lobo, uma cor, ou um dos elementos. Para um estranho, a prática de pegar um nome adicional pode parecer estranha; para aqueles na Arte, algumas vezes é confuso. O que os nomes significam? Eles são dados ao praticante ou eles são escolhidos pelo indivíduo? E se eu sou Pagão, eu preciso ter um nome adicional para ser verdadeiramente uma parte da Arte?

Nomes diferentes, Usos diferentes
Apesar de existirem muitos usos diferentes para os nomes adotados na comunidade Pagã, ambos a adoção e o uso de nomes geralmente cai em uma das 3 categorias básicas: Nomes Públicos, Nomes da Arte, e Nomes Secretos.


NOME PÚBLICO

Enquanto a Internet detém um enorme potencial de troca de informações e alcança populações diversas, existe grande preocupação sobre a informação pessoal do usuário cair em mãos erradas. As preocupações normais referentes à privacidade e anonimato são ampliadas dentro da Comunidade Pagã. Existem grandes dose de conceitos errados sobre a Arte e Pagãos muitas vezes temem perseguição no que se refere a suas crenças.
Com o espantoso número de usuários da Web, Os Pagãos da Internet muitas vezes acabam por ter um endereço de e-mail que reflete sua natureza mágica. Até porque, só pode existir um "joesmith@aol.com" todos os outros Joe Smith na AOL precisam ter endereços diferentes.
O endereço de e-mail de uma pessoa muitas vezes se torna a face da pessoa na Internet. Como eles continuam interagindo com outros indivíduos, eles podem achar que seus novos cyber-amigos terão menos trabalho lembrando de seu endereço e-mail do que de seu nome fora da rede. Algumas vezes, o endereço e-mail é escolhido com esta possibilidade em mente. Por exemplo, Jane Doe cujo endereço de e-mail para a Comunidade Pagã é catmagick@nota realaddress.com pode logo se tornar conhecida apenas como "Cat" para seus amigos on-line. Quando ela criar seus site pessoal, ela o chama de "Cat's Den," e o que era um simples endereço de e-mail, se torna uma persona.
Devido a sua nova identidade estar tão envolvida com suas relações com a comunidade Pagã on-line, ele se torna seu nome off-line quando encontrando novos Bruxos e Wiccans. O novo nome se torna quando falando de suas crenças.


NOMES DA ARTE

Enquanto Nomes da Arte podem ser usados ao interagir com o público, sob circunstâncias normais eles são intencionalmente adotados como parte das crenças individuais, mais do que o indivíduo lentamente crescendo em sua identidade. O Nome da Arte pode ser escolhido pelo praticante ou pode ser dado a ele por outro Pagão ou pessoa que eles respeite e que o conheça bem. Em ambos os casos o nome é geralmente adotado quando o indivíduo recebe o nome através de um ritual para reconhecer seu crescimento em, ou seu compromisso para com, suas crenças -- por exemplo como parte de seu rito de Iniciação.
Não é incomum para o praticante ter um nome durante seu período de estudo inicial de um ano e um dia, apenas para achar que eles cresceram em seus conhecimentos e sua experiência se aprofundou. Se for este o caso, é completamente aceitável escolher um nome diferente depois que o período de um ano e um dia foi completado. Não apenas o novo nome claramente captura o caminho do indivíduo, mas a aceitação do novo nome pode ser usada para reconhecer seus crescimento e sua passagem por um marco de seu caminho.
Enquanto o Nome Público pode refletir aspectos de um caminho individual, o Nome da Arte na maior parte das vezes o faz. Um entendimento das tradições por trás do Nome da Arte vai normalmente lhe dar um insight nas crenças do indivíduo, Sua prática pessoal, ou as áreas de sua Arte que ele trouxe mais fortemente para si. Enquanto o Nome da Arte pode posar de Nome Público, o oposto raramente é real. Mesmo se a pessoa usou seu Nome Público por algum tempo, ele quase sempre consideram em ter um diferente identificador como Nome da Arte. Se um Nome da Arte diferente é tomado, usualmente - mas não sempre - é usado para interagir com o público e o Nome público cai em desuso.


NOME SECRETO

Nomes Secretos são apenas adotados em certas Tradições e não largamente utilizados em toda a Arte. O conceito é colhido de uma quantidade de crenças indígenas que levam a alma da pessoa a sua própria e única identidade. Revelar este nome leva o indivíduo as chaves para o subconsciente e o nome é guardado cuidadosamente e não é dividido com outros indivíduos com exceção de certas cerimônias de ligação. O nome é normalmente recebido ou descoberto através de sonhos ou trabalho de meditação profunda e não é algo que pode ser simplesmente descoberto por procura consciente.
Nomes Secretos apenas são usados em trabalhos rituais solitários e ocasionalmente em jornadas xamânicas. Um subgrupo do Nome Secreto pode ser o nome de Trabalho - um nome que é usado apenas em tipos específicos de rituais e estudos e pode ser dados por outros indivíduos que dividam o trabalho com o praticante.


ENCONTRANDO SEU PRÓPRIO NOME

Primeiro de tudo, não é todo mundo da Arte que tem um nome adicional. É uma preferência pessoal e geralmente é atado a Tradição que o indivíduo pratica. Nenhum dos vários tipos de nomes são necessários e nenhum deve ser adotado levemente. Mesmo os Nomes Públicos podem se tornam algo com que você seja associado nos anos a vir, então se assegure que o nome lhe "cabe" quando você o pega para si..


LINHAGEM E O PODER DOS NOMES

Existe um certo poder em dar nomes. "A Floresta das Velhas Árvores com mortalhas de névoa " evoca uma certa imagem que, "o caminho de madeira logo ali" simplesmente não consegue. Como muitos de nós descobrimos em nosso trabalho mágico, manter uma imagem em nossas mentes permite-nos experimentar a energia da imagem. E uma vez que somos capazes de conectar com esta energia, nós podemos usá-la em nossos rituais e trabalhos de magia.
Um dos meios de escolher um nome da Arte é pensar a respeito dos tipos de energia que você visualiza sendo associados com ou que você particularmente tem afinidade. Alguém que vive a navegar pode escolher palavras com "vento", "ondas", e "mar". Alguém que é particularmente ligado a vida selvagem pode escolher palavras como "Sempre viva", "lobo", ou "floresta". Uma vez que você tenha uma lista, a chave é colocá-los juntos de modo a capturar a energia que você sente mais próxima de você. Por exemplo, nosso marinheiro pode escolher "Vento do Mar" enquanto nosso amante da vida selvagem pode escolher "lobo Verde". Se você não pode capturar um instantâneo completo da energia em um mundo, escolha um primeiro e um último nome. Nosso marinheiro pode também se sentir conectado com amanheceres e com pores-do-sol, eles podem escolher, "Vento do mar do amanhecer" como seu nome da Arte. Tenha em mente que se você usar dois nomes o principal deve descrever o maior evento ("Vento do mar" sendo um meio ambiente constante) enquanto o secundário deve ser o menor evento ("amanhecer" apenas se aplicando a uma parte específica da manhã). Esta é uma regra geral para uso em quase todas as Tradições com raízes ocidentais.


UM NOME TODO SEU

Depois de seguir pelo processo acima, se você apenas não encontra algo que ressoe com você, você pode querer tentar outra aproximação. Depois de escrever uma lista de palavras que representem meu próprio caminho, eu achei que nenhum funcionaria como nome. Não existiam combinações que eu sentisse apropriados a representar eu mesmo ou o centro de minha prática. Pegando a lista, eu comecei com os aspectos que tinham o menor impacto em meu caminho e lentamente os risquei, um por um. O que eu deixei era uma jornada que eu fiz em meus sonhos e as florestas que eu frequentei na porção costeira das montanhas do estado do Oregon.
Eu comecei a olhar as áreas onde os dois correspondiam. A passagem no mundo dos sonhos foi considerada como uma jornada de um tipo de realidade a outro. As florestas que eu frequentei muitas vezes estavam envoltas em grossas camadas de nevoeiro -- A névoa marcando a fronteira entre os mundos espirituais e materiais em muitas culturas. A fronteira entre mundos era uma terra cinza (gray land). Gray-lan. Graelan. Meu nome fora escolhido.
Não é um passo difícil criar um nome para si mesmo. Tente combinações de nomes. Esqueça consoantes de várias partes da palavra (como o "d" em "land"). Use alternativas de soletração ou soletre a palavra foneticamente("grae" ao invés de "gray"). Se nada disso funcionar, procure sua herança e veja quais as palavras estão na língua de seus ancestrais próximos. Um dicionário tradutor ou um tradutor on-line pode ajudar na sua busca.

Natureza e o Espírito do Mundo

Se nada mais funcionar, simplesmente pergunte qual nome deve ser dado a você. Você não tem que fazer seu pedido a outra pessoa -- pergunte ao espírito do mundo, a Deusa e ao Deus -- a lista é quase infinita. Se você não se sentir inspirado ao escolher um método próprio, simplesmente sussurre alto seu pedido indo para a cama e vá dormir. Algumas vezes a resposta vai vir nos seus sonhos. Outras vezes, um simples evento vai chamar sua atenção -- preste atenção. Você ficará espantado com os modos que seu nome vem a você.
Enquanto estudava as mulheres nativas Norte-americanas, eu precisava de um nome de trabalho para minha jornada xamânica. Eu não irei revelar o nome aqui, mas isto é semelhante ao que aconteceu. Eu andava pra fora de casa sozinha para ir buscar minha visão. Por muitos dias, eu estive pedindo por um nome, cada noite que eu ia dormir. Assim que eu pisei fora de casa, minha atenção foi completamente focada em um gato, pulando através do gramado como se estivesse brincando. Devido minha atenção ter sido totalmente focada -- e eu estar pedindo por um nome de trabalho há algum tempo -- eu sabia que isto era um evento especial. Olhando a cena, eu soube que meu nome de trabalho xamânico era "Gato Saltitante" Apesar de eu ter considerado um grande número de outras possibilidades, o nome de algum modo cabia a mim. Enquanto Gato Saltitante não é realmente meu nome de trabalho, o evento que descrevi onde meu nome foi dado aconteceu desta maneira.


O que há num nome?

Nomes mágicos podem ser usados de muitas maneiras. Nomes públicos nos permitem anonimato enquanto trabalhamos com pessoas que tem que conquistar nossa confiança. Nomes da Arte simbolizam seus caminhos e delimitam marcos em nosso crescimento pessoal. Nome de Trabalho nos permitem entrar mais profundamente em nossos rituais e trabalhos de feitiçaria.


Mas nomes podem ser usados de outras maneiras também?

Pense no simbolismo usado para achar seu nome da Arte. Cada uma das palavras que você considerou representarem um aspecto importante de seu caminho. Ao se basear nesse conceito como seu nome, você tem aquela energia como parte de você. A energia que você escolhe como seu nome se torna uma ferramenta importante que você pode usar no seu caminho.
Você não é apenas "Vento do mar"; você pegou o poder das ondas e a magia dos elementais do ar que existem nas linhas costeiras e fez desta energia uma parte de você. Você é ao mesmo tempo a brisa refrescante do verão e os ventos de tempestade raivosa e as ondas que quebram. Conforme você explora o simbolismo de seu nome em maior profundidade, você vai aumentar o poder do seu nome, a energia que você tem disponível imediatamente. Você pode usar esta energia em um grande número de modos -- para carregar seus rituais, para dar poder a suas meditações, e para fortalecer as áreas onde você é fraco em seu crescimento pessoal.
Por exemplo, O Lobo Verde (Greenwolf) pode originalmente ser levado ao nome originalmente por ser solitário e se conecta com este aspecto do lobo. Conforme ele explora o comportamento do lobo, ele pode achar paralelos entre sua própria vida e o ciclo de vida da matilha. Por exemplo, Lobos tendem a gastar parte de seu ano solitariamente e a outra parte com seus companheiros de matilha. Neste simbolismo, Lobo Verde (Greenwolf) pode achar a reafirmação que ele não está errado em precisar de um tempo particular, mas também será lembrado de não se isolar dos amigos e família, pois eles são tão importantes na sua vida como a matilha é para o lobo.
Quando você se encontra com um novo nome, explore o simbolismo. Seu entendimento de quem você é e o nome que você escolheu vai continuar a se expandir. Se você acha que ultrapassou seu nome da Arte, não tenha medo de deixá-lo para trás. Mas leve algum tempo. Se você for paciente com o processo, se você explorar totalmente o simbolismo do nome antes de coloca-lo de lado e assegure-se de que o novo nome lhe assenta antes de assumi-lo, você vai olhar pra trás e ver que nomes marcaram várias fases de seu caminho. Este não deve ser um processo frequente e recorrente, acontecendo não mais de uma ou duas vezes durante sua prática a menos que você experimente mudanças radicais no seu caminho. Se você acha que está ultrapassando seu nome em bases regulares, considere usar apenas o nome público escolher um nome que se acerte com seu status nômade. Pagãos são literalmente pessoas da Terra. Dê a si mesmo tempo de fixar raízes em seu caminho, pra crescer e explorar cada fase do seu desenvolvimento. Com a escolha certa de nomes, você pode aumentar esta experiência e fazer suas crenças pagãs uma parte integral de quem você seja.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

O HISTÓRICO DE CAMARAGIBE:



D. João III, rei de Portugal, depois de ter dividido o Brasil em capitanias (1530), resolveu iniciar a produção de açúcar na capitania de Pernambuco.Para isso doou, em 1542 três porções de terras de sesmarias, onde seria cultivada a cana de açúcar e instalados os primeiros engenhos. Uma dessas sesmarias, localizada à margem esquerda do rio Capibaribe, foi doada a Pedro Alves Madeira e Diogo Fernandes, que lhe deram o nome de Camaragibe por causa dos índios camarás que habitavam a região. Estes primeiros donos de Camaragibe tiveram muitos problemas com os índigenas que, por várias vezes incendiaram os canaviais, não podendo por isso, cumprir os prazos estipulados para a fabricação do açúcar. Em vista disso, Jorge de Albuquerque, que governava na época, resolveu em 1553, encaminhar à coroa uma proposta de Bento Dias, rico morador de Olinda, de ficar com a posse da terra e pôr em andamento o projeto inicial. Atendendo a este pedido, D. Sebastião, novo rei de Portugal, resolveu em 1557, dividir a propriedade, ficando a quarta parte que já estava plantada, com o próprio Diogo Fernandes que adotara o nome de Camaragibe, e ¾ partes com Bento Dias. Diogo Fernandes e Bento Dias fizeram uma sociedade e em pouco tempo construíram um engenho, a que deram o nome de Santiago de Camaragibe e iniciaram a produção de açúcar. Este engenho veio a se tornar o principal engenho da capitania, mas só foi registrado oficialmente em 1572.Sendo ambos Cristãos Novos (judeus mal convertidos) haviam construído uma Sinagoga, no local, bastante frequentada por outros judeus da região e, nas grandes solenidades, também, pelos de Olinda.

RITUAL PARA CONSAGRAÇÃO DE INSTRUMENTOS:



Ritual Para Consagração de Instrumentos

Grupo Semente Sagrada – Guarulhos – sp.
Ritual elaborado por S. Thot
Candelária de 2006.

introdução


Os instrumentos rituais
Uma das características que tornam o ser humano um animal pensante, além de sentir e exprimir emoções, sonhar e comunicar. É a capacidade de criar e usar ferramentas. Elas atuam como extensões do próprio corpo e facilitam sua relação, harmoniosa ou não, com o meio que o cerca.
Os instrumentos rituais são elementos catalisadores da vontade de seu utilizador. Eles não são imprescindíveis para a prática ritual, mas auxiliares na religião e magia. Sua consagração representa basicamente a retirada do objeto do mundo cotidiano e o inserindo no sagrado. Posteriormente outros elementos podem adornar o instrumento, como as runas ou símbolos astrológicos. Mas é necessária uma compreensão básica da cultura onde eles nasceram além de seus significados.
Os instrumentos, de modo geral, representam os quatro elementos, que os Antigos descrevem como os tijolos do universo. Unindo os elementos, temos o princípio criador, o liame que une e dá sentido e movimento à existência.
Este princípio unificador, onde a vida é gerada, (o Útero da Deusa) é representado pelo Caldeirão. Ele ocupa a posição central do altar, e é encontrado em vários tamanhos. Geralmente é negro, e possui três pés.
O Prato, ou Pentáculo representa o elemento Terra e os alimentos que ela gera. Sobre ele é colocado parte do alimento ritual. É tradicionalmente colocado ao Norte do altar. Recebe o nome de Pentáculo porque nele é traçado a estrela de cinco pontas.
O Cálice representa o elemento Água e os rios, mares e lagos. Dentro dele é colocado parte do vinho ritual, posicionando-se à leste do altar.
O Bastão é um símbolo tradicionalmente ligado ao elemento Fogo. É comumente usado no convite, tanto dos Guardiões quanto das Divindades.
O Punhal (tradicionalmente de cabo negro, fio duplo, e cego) é relacionado ao elemento Ar. É comumente usado para traçar o Círculo Mágico, onde o ritual acontece.
A consagração
Fui ensinado a pensar na consagração como uma forma de retirar o objeto ou pessoa da realidade cotidiana, inserindo-a conscientemente no espaço sagrado. Deste modo, quando consagramos o Círculo Mágico, ou o objeto, na verdade abrimos um espaço em nossa realidade comum, uma afirmação de que aquele é um momento de união nossa com as Divindades.
Em meu antigo grupo, a consagração é realizada com Água e Sal. Nada mais óbvio, pois em nossa realidade comum a água é usada na limpeza, enquanto o sal foi e é utilizado como conservante de alimentos, portanto um potente purificador. Quando unidos, transformam-se em um agente de limpeza eficiente. Esta qualidade não é diferente no mundo espiritual. Será com estes dois elementos que trabalharemos.
Aquisição dos instrumentos
Caso você já tenha adquirido os instrumentos, este tópico só lhe servirá para transmitir aos outros a informação. Se não os tem, eis algumas sugestões:
Se comprá-los, não pechinche! É tradicionalmente desrespeitoso pechinchar na compra de instrumentos mágicos. Eles não precisam necessariamente ser em prata, ou possuir peças semipreciosas incrustadas. Mas caso queira um Punhal assim, pergunte o preço e aceite o desafio de comprá-lo, mesmo que isto signifique algumas horas-extras ou vender lixo reciclável para não abalar as finanças;
Sua posse significa fazer deles peças importantes em sua religiosidade. Portanto, não os utilize em outras ações não-ligadas a Wicca.
É aconselhável mantê-lo longe das mãos curiosas. Afinal, ninguém tira crucifixos da parede quando chega em casas católicas! É mais uma questão prática, afinal, dependendo do material, este pode cair e quebrar ou amassar.
Procure ter todos os instrumentos antes da consagração dos mesmos. Mas não faça da procura uma obsessão. Acredite: os instrumentos sempre chegam aos seus olhos quando menos esperar. Por exemplo: meu Cálice quebrou esses dias. Curiosamente, olhando um dos cadernos do Estadão, encontrei um anúncio de cálice... Que não quebra! Custa um pouquinho, mas determinei que teria. A questão é estar desperto, e levar uma vida diferente da atual, de modo a abrir-se para novas experiências. O resto é descoberta.
O ritual é a elaboração de um espaço mágico, a representação da criação do Universo segundo o pensamento pagão. É teatro, por assim dizer, mas é sagrado como foi o teatro na Grécia antiga. Presumindo que você não possui nenhum instrumento, transmito aqui os passos necessários para a realização do ritual sem usá-los. Depois de seu ritual, poderá usar seus instrumentos para a realização das próximas celebrações.
Deduzo também que é tímido o suficiente para não realizar o ritual ao ar livre, como é o ideal. E que talvez não possua um grupo estruturado como apoio. Então, descrevo aqui um ritual in door para execução solitária. Espero que goste.
Composição do ritual
· Abertura do Círculo;
· Água & Sal;
· Carta da Deusa;
· Chamado aos Quadrantes;
· Chamado a Deusa e ao Deus;
· Respiração, meditação & visualização;
· Apresentação dos instrumentos;
· Banquete simples;
· Despedida ao Deus e a Deusa;
· Despedida aos Quadrantes
· Despedida do Círculo.
Itens
· Velas nas cores branca (Deusa) e negra (Deus); velas nas cores marrom (Terra), amarela (Ar), vermelha (Fogo), e azul (Água), além dos respectivos castiçais;
· Incenso de benjoim e seu respectivo incensário;
· Uma pequena mesa, ou pedra plana, ou algo que se eleve do solo;
· Os instrumentos para consagração;
· Dois pequenos recipientes. Um contendo água, enquanto o outro, sal;
· Fósforos e um recipiente para colocar os palitos.
Bastidores
Escolha uma noite de Lua Cheia para a realização do ritual. É o momento mais propício para a realização de feitiços e encantamentos. Se puder, espere pela primeira lua Cheia de seu aniversário. Sei que é muito tempo, mas é o suficiente para que aprofunde seus estudos que certamente lhe somarão conhecimentos maiores.
O altar tradicionalmente posto e montado no ponto central do Círculo, seguindo o alinhamento leste-oeste. Há grupos que o posicionam no ponto mais ao norte do círculo, mas prefiro esta localização. No centro do altar ficará o Caldeirão; a sua esquerda o Cálice; à direita o Punhal. À frente do Caldeirão ficará o Pentáculo, e atrás dele o Bastão. Em volta dele, nos pontos mais próximos dos Quadrantes leste, sul, oeste e norte, são colocadas as velas. Velas e incensos devem estar acesos momentos antes do ritual. No caso dos incensos, mantenha um pequeno estoque perto do incensário.
Próximos às extremidades do altar, as velas da Deusa (à esquerda) e do Deus (à direita). O pote de água perto Dela, o de sal, Dele.
Após o término, se as velas e incensos não queimaram até o final, é recomendável que sejam apagados com um instrumento chamado abafador, ou com as pontas dos dedos úmidas de saliva. Por questões tradicionais, não é recomendável soprar as velas. O ideal é que queimem até o final sobre o altar, ou que sejam levadas a um lugar seguro para isso. Aqui na cidade, quando realizamos rituais a céu aberto, deixamos nossas velas queimando em uma gruta dentro do bosque, com pequenas oferendas de flores do local.
Palavras Sagradas
A voz possui poder, principalmente quando usada com intenção. Não é à toa que existem os encantamentos! Mesmo em um ritual solitário, o uso de palavras sagradas se faz importante.
Para cada fase do ritual existe um texto. O que apresento aqui é simples, mas com o tempo, a estrutura continuará, mas perceberá que será capaz de realizar alterações e adições ao texto, conforme a sua percepção do mundo se alarga. Esteja livre para efetuá-las. Somente a Carta da Deusa não é aberta a modificações profundas, apesar da alteração seu título (originalmente era Carga da Deusa, do inglês Goddess Charge) e da pessoa do verbo (originalmente na segunda pessoa, como tu e vós). É necessário que entenda e principalmente sinta as palavras e seus significados. Os mistérios não estão nelas, mas naquilo que se passará em seu coração quando recitá-las!
Gestos sagrados
Como as palavras, você perceberá em sua caminhada que cada gesto dentro de um ritual não é fortuito, mas parte de um quadro maior. Os gestos atuam de modo a fortalecer a intenção do celebrante, e fornecer mais informações às pessoas que participam do ritual com você. Os gestos aqui são simples, se comparados à posição de mãos e pés, movimentos e danças dentro dos rituais.
Na criação do círculo, quando impossibilitados de usar um athame, criamos o espaço sagrado com o dedo indicador de nossa mão de poder. Lembrando que a mão de poder é aquela com a qual escrevemos. Se for ambidestro, escolha uma das mãos e trabalhe com ela. Sinta uma força brotando do centro da Terra e usando seu corpo como canal. Esta energia atravessa suas pernas, pélvis, tronco. Ela chega a seus braços, salta de seus dedos e lhe auxilia a traçar seu Círculo.

Ritual para consagração de instrumentos
Abertura do Círculo
Palavras: com o poder de minha voz, eu traço este Círculo de poder para que este seja um lugar onde a magia borbulhe; que possa ser um lugar de recolhimento; um lugar de repouso; um lugar de busca; um lugar de encontro; um lugar de prazer; um lugar de realização; um lugar de bênçãos. Em nome da Deusa e do Deus, que assim seja!
Gestos: posicione-se diante da vela leste. Relaxe e concentre-se. Quando pronto, recite o texto acima, movendo-se lentamente pela borda do seu Círculo imaginário, do leste para o sul, para o oeste, para o norte e novamente para o leste, traçando o mesmo com sua mão de poder.
Água & Sal
Palavras: eu peço ao elemento Sal que permita purificar tudo o que não quero para mim neste espaço sagrado. Peço ao elemento Água que leve daqui tudo o que não quero para mim neste espaço sagrado. Em nome da Deusa e do Deus, que assim seja!
Gestos: diante do altar, segure com a mão direita o pote com sal e com a direita a água. Diga as Palavras enquanto erguem aos céus os potes e, lentamente, derrame a água sobre o sal. Posicione os dois ao centro da mesa.
Carta da Deusa
Palavras: Ouçam as palavras da Grande Mãe, que, em tempos idos, era chamada de Ártemis, Astartéia, Dione, Melusina, Afrodite, Cerridwen, Diana, Arianhod, Brígida e por muitos outros nomes:
“Quando necessitar de qualquer coisa uma vez ao mês, e é melhor quando a lua é cheia vocês deverão reunir-se em algum lugar secreto e adorar Meu espírito, eu que sou a Rainha de todas as bruxas.”
“Vocês estarão livres da escravidão e, como prova sinal de sua liberdade, estarão nus em seus rituais. E dançarão, cantarão, banquetearão, farão, música e amor, tudo em meu louvor, pois meu é o êxtase do espírito, e meu é o jubilo sobre a terra. Minha lei é o amor voltado a todos os seres. Conservem puros os seus ideais mais elevados, empenhem-se sempre por eles. Não deixem que nada os detenha ou os ponha de lado, pois minha é a porta secreta que se abre à terra da juventude. Minha é a taça de vinho da vida, o Caldeirão de Cerridwen, o Cálice secreto da imortalidade”.
“Eu sou a Deusa benevolente, que concede a dádiva da alegria ao coração da humanidade. Sobre a terra concedo o conhecimento do espírito eterno; e além da morte eu concedo paz e liberdade e união com todos aqueles que se foi antes.”
“Eu também não exijo sacrifício, pois vejam: Eu sou a Mãe de tudo o que vive, e Meu amor e derramado sobre a terra.”
Atente para as palavras da Deusa Estelar, o pó de cujos pés abrigam-se ao sol, a lua, as estrelas, os anjos, e cujo corpo envolve o universo:
“Eu sou a beleza da terra verde e da lua branca entre as estrelas e os mistérios da água, invoco seu espírito para que desperte e venha até a Mim. Pois sou o espírito da natureza que dá vida ao universo. De Mim todas as coisas vão e para mim todas devem retornar. Que a adoração a Mim esteja no coração que rejubila, pois, saiba, todos os atos de amor e prazer são Meus rituais.”
“Que haja beleza e força, poder e compaixão, honra e humildade, jubilo e reverência, dentro de vocês. E vocês que buscam conhecer-Me, saibam que a sua procura e ânsia são em vão, a menos que conheçam o mistério: pois se aquilo que buscam, não se encontra dentro de vocês, nunca acharão fora. Saibam, pois, Eu sou como vocês desde o início dos tempos, e eu sou Aquela que é alcançada ao fim do desejo.”
Gestos: pode parecer pesado, mas o ideal é que se conheça este texto, sem a necessidade de leitura. Mas neste caso, devido a sua inexperiência, um acompanhamento escrito se faz necessário. Faça-o diante do altar, voltado para o norte. Escreva-o em letras grandes, para facilitar a leitura sob a luz bruxuleante das velas.
Chamado aos Quadrantes
Palavras: esta parte é sua, para variar. Encontre trechos de poesias ou músicas populares que, em sua opinião, representem as qualidades dos elementos representados pelos Quadrantes. Caso não tenha afinidade com a música popular brasileira, trechos de poesias são muito úteis. Se forem de sua autoria, melhor ainda!
Gestos: após a leitura da Carta, posicione-se diante do Quadrante Leste e recite ou cante para o elemento. Faça o mesmo para os Quadrantes Sul, Oeste e Norte.
Chamado aos Deuses
Palavras: grandiosa Deusa, que em tantas terras e tantas épocas, atende por muitos nomes: Isis, Demeter, Diana, Inana... Eu a convido para abençoar este ritual. Que assim seja. Grandioso Deus, que em tantas terras e tantas épocas, atende por muitos nomes: Osíris, Dionísio, Apolo, Tammuz... eu o convido à abençoar este ritual. Que assim seja.
Gestos: diante do altar, posicione-se diante da vela branca que representa a Deusa, com os braços estendidos ao alto e pernas levemente abertas, como um pentagrama e diga as Palavras à Deusa. Ao término, agradeça com uma reverência silenciosa. Posicione-se em seguida diante da vela do Deus e, em posição de Osíris, com as pernas levemente fechadas e braços cruzados sobre o peito – o direito sobre o esquerdo e recite as palavras ao Deus. Ao término, agradeça com uma reverência silenciosa.
Respiração
Sente-se de modo confortável ao centro, voltado ao altar. Relaxe o corpo. Preste atenção como estava respirando. Então passe a respirar lenta e profundamente pelo nariz, e inflando o abdome, não o peito. Prenda por alguns segundos e solte suavemente. Inspire novamente, prenda por alguns segundos e solte suavemente. Repita mais dez vezes, enquanto tranqüiliza sua mente.
Meditação
Mantenha a Respiração, mas agora preste atenção nas sensações que o mundo lhe transmite. Os sons lá fora, o crepitar das velas, a brisa suave do ambiente, o chão duro sob o corpo, o bater do coração no peito, o pulsar das veias. Contemple este estado por algum tempo...
A intenção é centralizar sua atenção no aqui e agora, de modo a concentrar toda a sua energia para a realização de seu intento.
Visualização
Até o momento, você trabalhou a Visualização de modo inconsciente. Agora trabalhará a parte consciente. Retroceda até a primeira lembrança de sua vida, seguindo uma linha do tempo que o levou a demonstrar interesse pela Religião. Pense em todas as pessoas que o ajudaram a estar aqui e agradeça a elas. Faça agora esta caminhada de modo consciente, até este dia, até a criação do Círculo, até ver-se sentado no chão entre as brumas do incenso e as luzes das velas, cercado pelos ancestrais e pelos Deuses. Visualize-se realizando o restante do ritual, consagrando seus instrumentos e sendo bem-sucedido nisso. Isto é importante! Sinta a aprovação dos Deuses sobre você. Sinta a presença daqueles que, como você, se reuniu em locais sagrados para prestar culto às Divindades. Sinta a segurança e conforto que isso lhe traz.
Lentamente, volte a esta realidade. Lentamente, abra os olhos e levante-se. Ponha em prática aquilo que viu.
Apresentação dos instrumentos
Palavras: eu apresento meu Punhal (ou Bastão/Cálice/Pentáculo/Caldeirão) aos elementos, para eles sejam impregnados com suas bênçãos. Que eu possa utilizá-los com justiça, retidão e amor. Que os Deuses me guiem pelos caminhos e quando a luz faltar, que sejam a tocha para iluminar-me para a vitória! Que assim seja.
Gestos: cada instrumento será apresentado aos elementos e purificado de cada vez, a começar pelo Punhal. Pegue-o com as duas mãos estendidas, levando o elemento correspondente a ele (Leste). Faça-lhe uma reverência enquanto pronuncia as Palavras Sagradas, e siga para Sul, Oeste, Norte e Leste novamente enquanto as recita. Sempre pare e reverencie os elementos quando passar por eles. Ao retornar ao Leste, volte à mesa e, com um pouco de água salgada, molhe levemente o Punhal. Coloque-o sobre o altar, à direita.
O próximo instrumento é o Bastão, leve-o ao sul e repita as palavras rituais e os movimentos, passando pelo Oeste, Norte, Leste e voltando ao Sul. Coloque-o sobre o altar após consagrá-lo, próximo da borda sul. Em seguida o Cálice, apresentando aos Elementos e recolocando-o à esquerda. E depois o Pentáculo, ao norte do altar. Por fim, o Caldeirão, erga-o aos céus e diga as palavras rituais, enquanto gira sobre os próprios pés, consagrando-o e colocando-o ao centro.
O ideal é que no momento em que recitar “Que os Deuses me guiem...”, esteja diante do altar, com o instrumento já em sua posição.

Banquete simples
Palavras: Peço agora bênçãos aos Deuses por este alimento. Que eu seja honrado para fazer valer o sacrifício do fruto. Que eu seja forte para fazer valer o sacrifício do trigo. Que assim seja.
Gestos: erga com a mão os recipientes, tendo na esquerda o líquido e na direita o alimento. Peça as bênçãos. E coma, pois o ato mágico consome energia corporal, e ela precisa ser reposta! É geralmente realizado com vinho e bolo. O uso do vinho é restringido à menores de dezoito anos, por motivos óbvios. Neste caso use suco de fruta.
Caso tenha um Livro das Sombras, recomendo que anote nele todas as impressões que teve antes, durante e depois do ritual. Este é o momento ideal.
Despedida ao Deus e a Deusa
Palavras: grandioso Deus, que em tantas terras e tantas épocas, atende por muitos nomes: Osíris, Dionísio, Apolo, Tammuz... Despeço-me agora e agradeço pelas bênçãos recebidas. Que assim seja. Grandiosa Deusa, que em tantas terras e tantas épocas, atende por muitos nomes: Isis, Demeter, Diana, Inana... Despeço-me agora e agradeço pelas bênçãos recebidas. Que assim seja.
Gestos: quando achar conveniente, faça o caminho de volta, encerrando o ritual e retornando à vida comum. Para isto é necessário caminhar sobre as “próprias pegadas”, retrocedendo cada etapa da celebração.
Diante do altar, posicione-se diante da vela negra que representa a Deus e, em posição de Osíris, com as pernas levemente fechadas e braços cruzados sobre o peito – o direito sobre o esquerdo, recite as palavras rituais, terminando e agradecendo com uma reverência silenciosa.
Posicione-se em seguida diante da vela da Deusa, com os braços estendidos ao alto e pernas levemente abertas, como um pentagrama. Recite as palavras rituais, terminando e agradecendo com uma reverência silenciosa.
Despedida aos Quadrantes
Como criou seu convite aos Quadrantes, creio que deva fazer o mesmo com sua despedida.
Despedida do Círculo
Palavras: com o poder de minha voz, eu me despeço deste Círculo de poder. Nele encontrei a paz e a força, a alegria e o recolhimento; o conhecimento e o mistério; a busca e a realização. Em nome da Deusa e do Deus, eu agradeço por este ritual. Que assim seja!
Gestos: posicione-se diante da vela oeste. Relaxe e concentre-se. Quando pronto, recite o texto acima, movendo-se lentamente pela borda do seu Círculo imaginário, do oeste para o norte, para o leste, para o sul e novamente para o oeste. Enquanto o faz, aponte sua mão de poder, como se as energias retornassem para ela, e para a Terra.
O ritual terminou.